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domingo, 2 de janeiro de 2011

OS DESMANDOS DO PRESIDENTE DO BRASIL

“São Lula” ”O que há é que Lula governou mesmo para os mais pobres, teve o mérito de desfazer a equação que abria cada dia mais o fosso da desigualdade social Pegue milhares de edições do jornal O Estado de S. Paulo dos últimos oito anos e verifique a quase unanimidade de leitores que, na coluna dedicada a eles, expressam sua repugnância ao governo que começou em 1º de janeiro de 2003, quando Lula se enganchou nos óculos do antecessor, Fernando Henrique Cardoso, que lhe passava a faixa presidencial. Lula, hoje, está em seus últimos dias de autoglorificação.

Há, então, qualquer coisa de esquisito num governo que, segundo as pesquisas das mais confiáveis, é excelentemente avaliado, mas que para na opinião maciça de leitores de classe média, os chamados formadores de opinião, que se expressam por meio de um veículo de comunicação de tamanha credibilidade como o Estadão.



O que há é que Lula governou mesmo para os mais pobres, teve o mérito de desfazer a equação que abria cada dia mais o fosso da desigualdade social, seja por meio de programas sociais - paternalistas, mas eficientes -, seja pelo fomento ao crédito e o impulso ao consumo, girando o círculo virtuoso da economia. Fez isso quase que intuitivamente, para seguir seus impulsos de demagogia latente, mas realizou e alterou o rumo de um país que andava para trás, concentrando renda nas mãos de poucos.



Os poucos, por sua vez, nunca ganharam tanto como nos oito anos de Lula. Banqueiros, por exemplo, foram tratados a pão-de-ló e juros extorsivos a quem depende de capital, num exercício de agiotagem crescente.



Daí, então, espremida entre as duas pontas, os pobres, que passaram a ter acesso a bens de consumo, e os milionários, que multiplicaram seus ganhos,ficou a classe média, que, estagnada, teve de dividir seu antes confortável espaço com as classes C, D e E. Por causa disso, os leitores do Estadão, razoavelmente letrados e com poder aquisitivo preservado para, pelo menos, seguir com a assinatura ou compra em banca, postarem-se quase sempre de forma crítica às ações e omissões do governo Lula.



No Estadão, Lula, quando citado por leitores, é quase sempre escrito como "Lulla", numa referência a Fernando Collor de Mello. Há uma ligação quase inconsciente entre dois governos, pelo fio condutor da corrupção que os aplacou, punida somente em um, exatamente no curto período em que Collor montou o esquema PC na Presidência e acabou perdido numa noite suja, que teve fim com o impeachment.



Lula, ao contrário, legitimou a corrupção, preservou a matéria-prima da bandalheira, defendendo com unhas e dentes gente como José Sarney, Renan Calheiros e Jader Barbalho, e ganhando, ele mesmo, uma imunidade para todo e qualquer ato corruptos, dos tantos, de seu governo.



Lula, então, criou uma aura de desenvolvimentismo inabalável, uma redoma, que protege, a todo tempo, a ele e a seus auxiliares - agora, também, os nomes indicados por Dilma ao ministério, como Pedro Novais, o homem que pagou o motel e se reembolsou no Orçamento da Câmara dos Deputados -, e os preserva no poder, mesmo com a ressonância de seguidos escândalos mídia adentro.



Inflando o próprio ego, Lula, que se acha um predestinado, é, antes de tudo, um homem de extrema sorte. Favorecido pelos bons momentos da economia internacional e pela transformação do Brasil, pelos oito anos anteriores, do tucanato, no paraíso dos juros, ele teve a competência administrativa de ganhar corpo político, consolidar-se sobre sua inegável carisma e virar uma espécie de eleitor de ouro de Dilma Rousseff, uma espécie de poste alçado à Presidência, muito em razão de seu padrinho, popular e falastrão, bem como de uma máquina pública trabalhando aberta e impunemente por sua eleição.


Editorial Mogi New